Não passei no vestibular, e agora?

A psicóloga do MADAN, Renata Junger, abordará a frustração na primeira “Roda de Conversa” com os alunos de 2023.

O sentimento que experimentamos quando as nossas expectativas não se efetivam, ou algo não sai como o esperado, é denominado frustração. É comum que alguns vestibulandos, ao não conseguirem obter a sonhada aprovação no vestibular escolhido, sejam acometidos pela sensação de desilusão, chegando a pensar em desistir após essa experiência de dor. O assunto será tema da primeira Roda de Conversa de 2023, conduzida pela psicóloga do Centro Educacional MADAN, Renata Junger, intitulada: “Não passei no vestibular, e agora? Aprenda a lidar com a frustração”, que será realizada na próxima quinta-feira (13), às 14 horas, na sede da escola.
A maioria dos estudantes do pré-vestibular estão focados em Medicina em universidades públicas federais e/ou estaduais, enquanto outros buscam ser admitidos na área de engenharia, sobretudo em instituições como ITA e IME. Por estarem se preparando para desafios que exigem alta performance, a probabilidade de não conseguirem a aprovação na primeira tentativa faz parte do processo. Esses jovens têm uma meta alta e clara, e o sentimento de frustração logo precisa dar lugar a uma força motriz para seguirem adiante, pois seu objetivo requer muitas horas de estudo, dedicação e perseverança, em face à grande competição e às provas bastante difíceis. Com a esperança renovada, e mais garra ainda, os vestibulandos do MADAN devem aproveitar a experiência adquirida e direcionar melhor seus processos de estudo, reorganizando as etapas do processo, traçando um plano de estudo mais assertivo e conduzindo-se de forma planejada.
No entanto, de qualquer forma, a decepção é inevitável. O diretor e professor do MADAN, Daniel Rojas, sabe muito bem o que é essa experiência: ele reprovou duas vezes antes de conquistar o passaporte para o ITA, no curso de Engenharia Mecânica Aeronáutica. “Esse projeto para buscar a aprovação no exame foi bastante difícil, um dos mais desafiadores na minha vida”, enfatiza ele, recordando que esse processo envolveu um trabalho emocional, “eu percebi que a cada ano eu fui evoluindo, tanto nas notas dos simulados quanto em nível de conhecimento mesmo, o que me fez perseverar nessa meta. Na penúltima tentativa, eu achava que eu ia passar, então tive uma frustração muito grande. O importante é o aluno perceber o motivo de não ter sido aprovado e buscar corrigir as falhas, aprimorar, mesmo. Eu, por exemplo, tinha deficiência em português, e procurei melhorar nessa área, que me deixava vulnerável. É preciso aparar as arestas e contar as nossas histórias de frustrações, para o vestibulando entender que é normal, e é o que fazemos aqui no MADAN para incentivar os alunos a seguirem em frente”, ressalta Daniel. Ele observa que a questão que impede a aprovação pode ser emocional, e para esses casos a escola tem a prática de meditação, as rodas de conversa com a psicóloga e a recomendação da prática de esporte concomitante com os estudos dos conteúdos.
Outro diretor do MADAN, Tito Fideles, passou pelo que ele chama de “decepção”, antes de obter a aprovação no ITA. Tito, aos 16 anos, recebeu do pai a sugestão de entrar no ITA, já que era bom em exatas. No primeiro vestibular, reprovou, mas passou na UFMG, em Engenharia Mecânica. Preferiu não ingressar. No ano seguinte, tentou o vestibular para o ITA novamente, e, não obtendo a aprovação. ingressou em Física na UFMG, que decidiu cursar. Contudo, faltando um ano para concluir, largou tudo – o curso, um trabalho de plantonista e redator de Matemática no Colégio Bernoulli – e foi em busca do sonho original. Ele conseguiu ser aprovado, aos 22 anos, em Engenharia Mecânica Aeronáutica. Com essa experiência, o seu conselho para os vestibulandos é compreender que esse vestibular exige muita constância. “São 40 horas semanais de estudo no MADAN e 40 horas de estudo em casa”, diz Tito, e acrescenta, “a aprovação é consequência de muito estudo e dedicação”. Ele ainda salienta que o insucesso tem que trazer aprendizado.

Roda de conversa

“A frustração se coloca principalmente quando se almeja grandes objetivos”, explica a psicóloga do MADAN, Renata Junger. Ela abordará o tema para gerar a reflexão e o fortalecimento dos vestibulandos, alguns dos quais estão de volta à sala de aula para alcançar a meta não atingida no último processo seletivo.
Segundo Renata, seja por uma nota ruim em um simulado, seja por não conseguir cumprir o cronograma de estudos, a sensação de frustração pode se fazer presente no caminho até a desejada aprovação. Ela sugere algumas formas de controlá-la, como trabalhar a autoaceitação e buscar entender que não é proibido errar, bem como observar os erros para a recondução dos procedimentos. Outra sugestão é que o aluno busque administrar as expectativas que os outros têm sobre ele, e, por fim, que saiba enxergar e valorizar suas conquistas pessoais.
Na Roda de Conversa, a psicóloga vai ouvir os alunos, procurar auxiliá-los no enfrentamento da frustração e arregimentar um repertório para lidar com a situação. “Nesse momento é preciso orientar os estudantes a lidarem com os sentimentos de tristeza e de decepção. É preciso que eles não se desmotivem com os baques ou interrompam o processo. Eles precisam se reposicionar e se reorganizar para conseguirem retornar ao seu eixo, seguindo na caminhada”, explica a psicóloga.

Apoio da família

O papel da família nessa hora também é crucial para a superação rápida do processo de insucesso. “Os pais precisam saber que a aprovação no ITA, por exemplo, não é algo fácil; ao contrário, é um desafio grande, e cabe à família ajudar o vestibulando a perseverar no seu objetivo”, observa Tito. Já Daniel acrescenta que “o papel dos pais é de incentivo, apoio e compreensão, buscando entender a situação de sofrimento do aluno e retirar a cobrança do vestibulando. É importante mostrarmos que todos estamos do lado dele e incentivando-o a prosseguir”.

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Texto: Ivana Esteves