Corina, Maria Antônia e Valentina: Futuras engenheiras e exemplos de coragem, determinação e força feminina

Valentina Bremenkamp – Aluna turma ITA 

O curso preparatório MADAN, especializado em preparar alunos para o vestibular do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), identificou um aumento de 200% no número de alunas da turma do ITA em comparação ao ano passado.

Inclusive, a coordenadora pedagógica do curso, Marina Monteiro, afirma que esse é o maior número de mulheres registrado nessa turma desde 2018, quando o espaço foi fundado.

Ocupar os espaços foi algo que as mulheres sempre fizeram ao longo da história. Estar, fazer e ser parte de algo maior agora é, finalmente, possível. Para Corina, Maria Antônia e Valentina, estudantes do MADAN na turma do ITA, o céu é, literalmente, o limite. Especialmente para Maria Antônia, que pretende cursar engenharia aeroespacial desde os 12 anos. 

Já a estudante Corina, de 19 anos, estuda há 3 anos para ingressar em Engenharia da Computação no ITA e, apesar de ter sido a sétima colocada geral pelo Sisu na UFES em Engenharia, não desistiu do sonho. Corina relembra uma questão importante para o achismo de que mulheres não conseguem trabalhar nessas áreas: “Existem incríveis cientistas mulheres que não tem o reconhecimento que merecem. Uma falta de referência afeta bastante isso”.

Mas, foi lá em 1897 que nascia Amelia Mary Earhart, a primeira mulher a receber a “The Distinguished Flying Cross” (condecoração militar atribuída a qualquer funcionário ou membro alistado das Forças Armadas dos Estados Unidos por ato de heroísmo, ou conquista extraordinária enquanto voava), por ser a primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico.

A aviadora era uma estudiosa nata e leitora voraz, passava horas e horas na biblioteca da família, assim como esse trio de estudantes, que já estão há alguns anos se dedicando diariamente para ingressar no ITA.

Infelizmente, a força de vontade, dedicação e histórias de sucesso não deixam as meninas ilesas a comentários desanimadores sobre as suas decisões, como conta a estudante Maria Antônia, de 18 anos. “Já tive o desprazer de colegas deixando claro que cálculo é para homens. Isso é um problema”.

Para os responsáveis pelo curso, é importante que mais mulheres tenham acesso a essas oportunidades e a igualdade de gênero seja valorizada em todos os setores da sociedade. A expectativa é que essa tendência de aumento na participação feminina nos cursos preparatórios para o ITA e outras instituições de excelência continue a crescer nos próximos anos, sempre contando com a coragem e determinação de meninas como Corina, Maria Antônia e Valentina, que precisam quebrar mais barreiras para estarem ali.

O desejo de Valentina, de 21 anos, além de cursar Engenharia Aeronáutica no ITA, resume a luta de todas as mulheres que, muitas vezes, precisam sozinhas buscarem os seus sonhos:

“Espero que seja mais incentivado na escola o fato de meninas cursarem engenharia”.

O curso MADAN tem um papel fundamental na preparação dessas alunas para o vestibular do ITA, que é considerado um dos mais difíceis do país. Com uma metodologia diferenciada e professores altamente capacitados, a escola tem ajudado muitas jovens a conquistarem uma vaga na instituição, seguirem carreira em áreas tecnológicas e, principalmente, realizarem sonhos!

Texto: Ivana Esteves