21 de fevereiro: Dia Internacional da Língua Materna! Uma reflexão sobre a diversidade linguística e cultural

Hoje, 21 de fevereiro, celebra-se o Dia Internacional da Língua Materna. O que significa esta data? É um marco para a conscientização sobre a diversidade linguística e cultural e para promover o multilinguismo. Ou seja, uma oportunidade de refletir sobre a importância e a riqueza das línguas que fazem parte de nossa identidade cultural. Vamos juntos nesta jornada?

Qual a importância da língua materna?

1 – Preservação da identidade cultural: segundo linguistas, a língua materna é um componente fundamental de nossa identidade cultural. Ela carrega consigo tradições, histórias e expressões únicas que conectam as gerações passadas, presentes e futuras.

2 – Facilitação do aprendizado: educadores explicam que a aprendizagem inicial na língua materna facilita a compreensão de conceitos e aquisição de conhecimento. É a base sólida que prepara o caminho para a educação continuada em outras áreas.

3 – Promoção da compreensão intercultural: ao reconhecer e respeitar as diversas línguas maternas, promovemos a compreensão intercultural e construímos pontes de diálogo e respeito entre diferentes grupos.

E o multilinguismo?

De acordo com a Linguística – que é a ciência que estuda a linguagem humana em seus aspectos fonético, morfológico, sintático, semântico, social e psicológico –, o multilinguismo é o conhecimento de mais de uma língua por um mesmo falante. Segundo defendem profissionais da área, a diversidade linguística é uma vantagem, pois, ao encorajar o aprendizado de outras línguas, abre-se portas para uma compreensão mais ampla do mundo.

Variedades linguísticas, linguagem formal e informal e preconceito

Quando falamos em língua, outro tema importante é a variação linguística, que diz respeito às diferenças que uma língua apresenta mediante fatores como a região e as condições culturais ou sociais onde ela é usada. Assim, temos variações linguísticas geográficas, como os regionalismos; históricas, como o português medieval e o atual; sociais, como os termos técnicos usados por profissionais; e situacionais, como as gírias.

Além disso, quanto aos níveis da fala, podemos considerar dois padrões de linguagem: a linguagem formal e informal. Quando falamos com pessoas próximas utilizamos a linguagem dita coloquial, ou seja, aquela espontânea, dinâmica e despretensiosa. No entanto, de acordo com o contexto no qual estamos inseridos, devemos seguir as regras e normas impostas pela gramática, seja quando elaboramos um texto (linguagem escrita) ou organizamos nossa fala numa palestra (linguagem oral).

Ao falarmos sobre variações linguísticas, também é preciso abordar o preconceito linguístico, que surge, geralmente, para julgar as manifestações linguísticas ditas “superiores”.

Por exemplo, a maneira de falar do Norte é muito diferente da falada no Sul do nosso país, tanto nas expressões quanto nos sotaques e entonações. E é aí que o preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a variação apontada de maneira pejorativa e estigmatizada. Entretanto, dentro de seus contextos, todas as variações são aceitas e nenhuma delas é superior ou considerada a mais correta.

Você sabia?

Em 2022, o Brasil alcançou apenas 410 pontos em leitura no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa)? Esse número coloca o país em 53° lugar no ranking composto por 81 nações. Ou seja, ainda é preciso admirar e valorizar mais a língua que molda a nossa identidade!

Texto: Lígia Tedeschi